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Agência Mural cria biblioteca com apoio de diversos doadores

Por: Rafael Balago

Ter acesso a bons livros, revistas e outros materiais culturais é fundamental para que um repórter iniciante possa se tornar um grande jornalista.

Moradores das periferias têm menos acesso a livros e equipamentos culturais ao longo de sua formação. Para cobrir essa lacuna e aprimorar a formação de seus integrantes, a Agência Mural resolveu criar neste ano uma biblioteca.

E a montamos a partir de doações. A escolha foi mais proveitosa do que esperávamos. Nosso pedido chegou a pessoas com muita experiência no mundo da comunicação e da cultura, e que tiveram a generosidade de usar seu tempo para montar, cada um deles, uma seleção cuidadosa de títulos para nossas prateleiras.

Muralistas foram buscar as doações para o acervo da biblioteca Sheila Alice (Rafael Balago/Agência Mural)

Essa curadoria fez com que nossa biblioteca comece com um acervo muito rico e diverso, com mais de mil itens. Temos obras clássicas, lançamentos recentes e uma variedade impressionante de temas e de formatos: história, jornalismo, economia, literatura, artes plásticas, direitos humanos, estatística, filosofia, religião e quadrinhos, entre vários outros.

Vieram, ainda, revistas como a Realidade, que inspiram jornalistas a buscar um texto melhor há décadas, e publicações como Piauí e Serrote, com textos longos que nos mostram como destrinchar os assuntos para valer e a refletir sobre o mundo de hoje.

Há, também, livros em inglês, espanhol, italiano e francês. E, inclusive, um curso de árabe para iniciantes. Opções ótimas para jovens que estudam outros idiomas depois de se formar, pois não tiveram condições de fazer isso durante a adolescência.

Ao se aprimorarem, os muralistas passam a partir de uma base cada vez mais sólida para contar o que se passa nas periferias e nos lugares onde moram. Assim, gostaríamos muito de agradecer a cada um dos doadores, que tornaram esse projeto possível:

Belisa Frangione
Bruno Zeni
Fernanda Campagnucci
Gabriela Moura
Jéssica Costa
Joana Monteleone

José Roberto Castro  
Luiz Anversa
Marcelo Soares
Marilia Scalzo
Paulo Werneck e revista 451
Raul Haidar
Rafael Gregório
Roberta Raga
Rodrigo Borges Delfim
Rosi Solis
Suzana Singer
Silvia Haidar
Walter Porto
Nossa biblioteca foi batizada como Sheila Alice, que foi historiadora, pesquisadora e moradora de Guaianases, no extremo leste de São Paulo. Ela publicou a dissertação de mestrado “Negros em Guaianases: cultura e memória”, sobre a história dos moradores dali. Também fez parte do CPdoc Guaianás (Centro de Pesquisa e Documentação), que atua para a preservação da memória do distrito. Sheila morreu no ano passado, aos 35 anos.

O obituário dela pode ser conferido aqui.

Por enquanto, o acervo segue disponível apenas para os muralistas. No entanto, a agência pretende, no futuro, criar um acervo especializado em autores e produções periféricas, que ficará disponível para consultas para qualquer interessado no tema.
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