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Prefeitura reduz meta de novos corredores de ônibus e foca na zona leste de SP

Por: Redação

Novos corredores de ônibus em 11 regiões da cidade de São Paulo são prometidos desde 2013 (Fábio Arantes/SECOM)

São Paulo possui atualmente 12 corredores exclusivos de ônibus (localizados à esquerda), em 129,2 km de extensão. Em 2017, o ex-prefeito e atual governador do estado, João Doria (PSDB), prometeu construir e colocar em operação 72 km de corredores de ônibus, mas o compromisso não foi cumprido.

De acordo com o Plano de Metas 2017-2020, o projeto era “altamente dependente de recursos de outros entes”, com orçamento estipulado em mais de R$ 1 bilhão.

Os corredores seriam construídos em 11 das 32 subprefeituras da cidade, sendo elas: Aricanduva, Butantã, Campo Limpo, Cidade Tiradentes, Guaianases, Ipiranga, Itaim Paulista, Itaquera, M’Boi Mirim, São Mateus e Vila Prudente.

No mês de abril, a Prefeitura de São Paulo anunciou uma “revisão programática do programa de metas” para o biênio 2019-2020.

Partes dos compromissos anteriormente estabelecidos por Doria foram modificados ou retirados, e novas metas foram apresentadas por seu sucessor, Bruno Covas, para serem “ajustadas à nova realidade econômica”.

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MUDANÇAS

Dentre as alterações, destaca-se o corte na ampliação de corredores de ônibus. Dos 72 km prometidos no início de 2017, apenas 9,4 km serão entregues por Covas até o final do mandato, em 2020. A alteração representa pouco mais de 10% da meta estabelecida no plano original.

“Se previa muito recurso, em especial de transferência do Ministério das Cidades, para poder ampliar a quantidade de corredores, que não se realizou, e nosso foco nessa gestão é botar para funcionar o que existe”, justificou o prefeito durante uma coletiva realizada no mês passado.

Em fevereiro deste ano, Covas remanejou R$ 12,3 milhões destinados à construção de corredores de ônibus para obras de reforma do autódromo de Interlagos, na zona sul da capital. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Município do dia 16.

Em nota à reportagem publicada pela Folha de S.Paulo naquele mês, a Prefeitura afirmou que os recursos “foram remanejados de dotação orçamentária e retornarão para corredores de ônibus tão logo tais recursos entrem nos cofres públicos por meio dos convênios com o governo federal para esta finalidade, de acordo com a Secretaria Municipal da Fazenda”.

CORREDORES APENAS NA ZONA LESTE

Só a zona leste de São Paulo terá novos corredores de ônibus (Reprodução)

Em março de 2019, a última atualização do Planeja Sampa destacou que houve a construção de 3,3 km para o trecho 1 do Corredor de Ônibus Itaquera (de um total previsto de 6,1 km de extensão) e de 4,6 km para o trecho 2 desse corredor (de um total previsto de 8,0 km de extensão). Esses trechos, porém, ainda não estão em operação.

Os 9,4 km anunciados no novo plano de metas serão finalizados também nesta região, em dois trechos, contemplando avenidas da subprefeitura de Itaquera. O primeiro vai da avenida Aricanduva até a avenida Líder, e depois do terminal Carrão até a avenida Aricanduva. Já o segundo vai ligar a avenida Itaquera até o “centrinho”.

Ao custo de R$ 312,1 milhões, o projeto também reúne a requalificação de 43,4 km de corredores ou faixas exclusivas de ônibus no município, incluindo manutenção das paradas, e a requalificação de parte da avenida Santo Amaro, na zona sul.

TRAJETO DEMORADO

Segundo a pesquisa “Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana na Cidade”, divulgada em setembro do ano passado pela Rede Nossa São Paulo, Ibope e MOB Cidades, 49% dos paulistanos entrevistados usam ônibus municipais de uma a cinco vezes por semana, sendo este o principal meio de locomoção na cidade.

Aqueles que não fazem uso do ônibus (e/ou usam carro ou outros meios de transporte) dizem que os principais motivos para a não utilização são: lotação dos coletivos (37% das menções) e o trajeto do ônibus ser muito demorado (31%).

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GESTÃO HADDAD

A gestão Fernando Haddad (2013-2016) tinha a meta de construir 150 km de corredores de ônibus. Ao seu final, apenas 52,1% foram entregues. Os trechos do corredor de ônibus em Itaquera foram prometidos nessa época e não tiveram as obras concluídas.

Quanto à entrega de faixas exclusivas de ônibus (à direita das ruas e avenidas), foram concluídos 416 km de vias com prioridade para os coletivos — dos 150 km previstos no programa do ex-prefeito (177% a mais).

A diferença entre corredores e faixas de ônibus é que, no primeiro exemplo, é necessária uma estrutura própria para resistência do piso, planejamento das paradas e terminais. Já as faixas são segmentos da própria rua/avenida, reservados aos coletivos, sendo proibido seu uso por automóveis em horários pré-determinados.

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