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S. Mateus tem muitos desafios para melhorar qualidade de vida da população

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Por: Redação

Publicado em 13.02.2017 | 13:12 | Alterado em 13.02.2017 | 13:12

Tempo de leitura: 3 min(s)

São Mateus, na zona leste da capital paulista, aumentou em dois anos a expectativa de vida ao nascer, em 2015, segundo o Observatório Cidadão. Até um ano antes, vivia-se apenas 57,82 — o quinto pior índice em toda a cidade de São Paulo. Está ainda longe de ser o ideal (no Brasil, a esperança de vida é 75,2 anos).

“Nossa, que triste! Eu não sabia desse índice”, lamenta o publicitário Bruno Gomes, 26, morador de São Mateus. Há duas décadas no local, Gomes destaca os aspectos positivos e negativos da região, formada pelos distritos de São Rafael, Iguatemi e São Mateus. De um lado, a melhoria no transporte público; do outro, as condições, ainda precárias, em saúde e educação.

“Pode parecer clichê, é o que todos reclamam por aí, mas convivemos com poucos médicos, muitas filas e demora no atendimento. Embora o transporte e o deslocamento estejam melhorando significativamente nesses últimos tempos”, diz.

Para o jovem, a facilidade do acesso ao transporte, inclusive a outros bairros da zona leste, casou uma “evolução muito grande na região”. Ele espera que essa revolução seja ampliada com a promessa do futuro monotrilho da linha 15- Prata, que vai ligar a Vila Prudente à Cidade Tiradentes.

A promessa, no entanto, se estende desde 2014, quando estava previsto a entrega de 24 km de extensão e 17 estações. Com obras paradas, até o momento, somente o primeiro trecho, de 2,9 km entre as estações Vila Prudente e Oratório, está em operação. Gomes e os demais 426 mil moradores de São Mateus vão precisar esperar ainda muito tempo. Estima-se que o trecho de São Mateus seja concluído entre 2017 e 2019. Enquanto a obra completa, até Cidade Tiradentes, apenas em 2022.

Considerado um dos mais crassos problemas da região, Gomes também lamenta os altos índices de criminalidade. Neste ano, de acordo com dados da Polícia Civil do Estado de São Paulo, das 20 ruas mais violentas de São Paulo, quatro delas estão em São Mateus. A avenida Mateo Bei, a principal da região, ocupa o primeiro lugar. “Porém, sinto que está havendo uma diminuição, o que é algo super positivo”, diz.

Atualmente, existem na região de São Mateus 22 Unidades Básicas de Saúde — a mesma quantidade desde 2007. De acordo com o Observatório Cidadão, porém, é um dos melhores índices entre as 32 subprefeituras.

Já no quesito educação, embora criada há cerca de 10 anos e pertencente à Sapopemba, outra subprefeitura também na zona leste, Gomes afirma que a Etec Sapopemba ajudou a ampliar o acesso à educação em São Mateus. “É um ponto importante a de destacar. Ajudou muito, pois, a unidade mais próxima era na Avenida Aricanduva,”, lembra.

Outro ponto crítico é o acesso a espaços de cultura. A região é permeada por zeros, com ausência de museus, cinemas e teatros, segundo levantamento do Observatório Cidadão. Por essa razão, afirma Gomes, existe um fluxo migratório para outras regiões. “Não existem muitas opções de lazer, como centro culturais, embora tenha um CEU. Os jovens, em especial, sempre vão para outros locais, para se divertirem”, revela.

Um por todos, todos por um

Sem uma associação de moradores formal no bairro, o publicitário conta que os moradores vêm se articulando para realizar melhorias no bairro. “Próximo à minha casa tem um terreno baldio bem grande. O pessoal até se empolgou pra se juntar e transformá-lo em uma praça, com área para lazer e tal, já que a prefeitura não se pronunciava”, finaliza.

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