Extremamente popular nos Estados Unidos, o futebol americano ainda é um esporte com uma história curta  no Brasil

A primeira partida oficial aconteceu por aqui em 2008. O “campeonato paulista” da modalidade, a SPFL (São Paulo Football League) conta com uma primeira divisão formada por 12 times e mais de 400 atletas

Natan Santiago é um deles. Ele é cornerback do Guarulhos Rhynos, time que viveu os últimos sete anos como Portuguesa Lions, numa parceria com o tradicional time de futebol da zona norte

Hoje morador do Parque São Lucas, na zona leste, Natan questionava a falta de atletas negros no futebol americano já em 2018, em entrevista à Agência Mural

"O racismo estrutural reflete dentro de campo. O acesso para o negro no esporte nos Estados Unidos é muito mais fácil porque se tornou cultural. Aqui não, porque tá na periferia e ainda é um esporte elitizado"

*Ativa o áudio aê*

Naquela época, o time de Natan contava com apenas quatro jogadores negros entre os 33 do elenco. Hoje são 10

Para termos uma ideia, o Los Angeles Rams, atual campeão do Super Bowl (a final da liga norte-americana), conta com 35 negros num elenco formado por 55 jogadores

Atualmente, cerca de 70 jogadores e técnicos negros do futebol americano brasileiro, além de jornalistas que cobrem o esporte, se organizam numa coalizão para combater o racismo no esporte

Há também as dificuldades financeiras. Ainda é comum ver jogadores arcando com os custos dos equipamentos e a grande maioria não vive do esporte. Natan, por exemplo, trabalha na área de vendas  e marketing

Além do Guarulhos Rhynos, a Grande São Paulo conta com times como o Santo André Werewolves e o São Bernardo Avengers. A maioria abre seletivas para novos jogadores de tempos em tempos

Adaptação do texto:  Cleberson Santos Fotos: Rômulo Cabrera, The Playoffs, Instagram Los Angeles Rams e Instagram Rhynos FA Edição: Tamiris Gomes Arte e montagem:  Matheus Pigozzi