"O punk
nasceu preto"

Composta por músicos negros e periféricos de diferentes quebradas, a banda Punho de Mahin canta histórias que resgatam importantes nomes brasileiros, como Marighella e Luísa Mahin, por meio do punk rock

A banda é formada pela vocalista Natalia Matos (São Bernardo do Campo), o baterista Paulo Tertuliano (Cotia), a guitarrista Camila Araújo (Ribeirão Pires), e o baixista Du Costa (Brasilândia, em São Paulo)

"Até então o intuito era apenas fazer um som, só que nos deparamos ali com quatro pessoas pretas que vieram com a mesma ideia, de um nome que remetesse a uma revolta popular e quilombola"

Natalia Matos

"Revolta de grupos Malês
Lidando com quem já tem vez
Com gritos de revolução
Dizendo não à escravidão"

(Letra de "Punho de Mahin")

Luísa Mahin, que inspira o nome do grupo, foi escravizada no Brasil e estava envolvida nas principais revoltas negras, como a dos Malês e da Sabinada. Luísa também é mãe de Luís Gama, importante abolicionista e advogado brasileiro

Por ser do punk, é comum que pessoas pretas sejam questionadas pelo estilo, como se fosse algo só para os brancos. E até por isso que bandas como a Punho de Mahin se denominam como afropunk

"Toda a musicalidade que conhecemos hoje é do povo preto. O blues, jazz, rock, a salsa... Tudo isso é música de diáspora. Nós afirmamos o tempo todo que o punk é preto e periférico por conta dessa ancestralidade"

Natalia Matos

Em 2021, a banda lançou o EP "Racistas Otários nos Deixem em Paz". Para 2022, a previsão do grupo é produzir o primeiro CD

Reportagem:
Halitane Rocha
Adaptação do texto: Cleberson Santos
Imagens:
Silmara Franco, Priscila M., Mônica Zarattini, Michael Douglas de Moraes e Acervo do Instituto Moreira Salles
Edição:
Tamiris Gomes
Montagem:
Magno Borges