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Mural nas Escolas fala sobre consciência negra em novembro

Por: Cíntia Gomes

À convite de professores que organizaram eventos especiais sobre o Dia da Consciência Negra, a Mural conversou com cerca de 80 estudantes de escolas públicas da zona norte e leste de São Paulo.

Na terça-feira (13), o correspondente de Guaianases Lucas Veloso visitou a EMEF Prof. João Franzolin Neto, no Parque Cisper. Ele apresentou reportagens produzidas pela Agência Mural que contam histórias de pessoas negras e facilitou uma reflexão sobre o papel da mídia para a construção do imaginário da sociedade sobre tema.

Lucas Veloso na EMEF Prof. João Franzolin Neto, no Parque Cisper


“Ir até a escola pública, onde sempre estudei, em um espaço de debate e encontro para pensar com crianças e adolescentes o que é ser negro, me faz querer voltar, pois tudo que pensei em falar foi dito pelos próprios alunos”, afirma.

Ele recorda que a população negra, que representa 54%, é quem mais sofre violências institucionais, o racismo, o encarceramento e mortes e que os dados dizem muito sobre como é importante um mês temático para pensarmos todas essas realidades.

Pós-feriado, na quinta-feira (22), a Mural retornou à E.E. Jacob Salvador Zveibil. Desta vez, Halitane Rocha, correspondente de Cotia, e Kátia Flora, correspondente de São Bernardo do Campo, foram acompanhadas por Karol Coelho, editora de projetos, e Larissa Darc, correspondente do Parque do Carmo, para conversarem com duas turmas.

Larissa Darc (Parque do Carmo), Halitane Rocha (Cotia), Karol Coelho(editora de projetos), e Kátia Flora (São Bernardo do Campo)


“Falar de jornalismo e consciência negra carrega uma grande responsabilidade, especialmente por não conhecermos as diferentes vivência dentro da sala de aula”, conta Halitane.

A correspondente de Cotia, revela que nenhum dos alunos da sala se reconhecia como pessoas negras, mesmo já tendo escrito nome de personalidades que tinham, em sua maioria, o mesmo tom de pele.  “Um grupo em específico parecia tentar querer entender melhor sobre a Consciência Negra, e foi justamente este, que escreveu nome de diversos ativistas reconhecidos mundialmente: como Marielle Franco, Martin Luther King, Rosa Parks”.

Compartilhando muito de sua vivência, Kátia fez uma roda de conversa sobre como a turma lidava com o racismo, bullying e a falta de representatividade de negros nas mídias.

“Muitos perceberam que a mídia só exalta os negros nessa data e esquecem da nossa luta ao longo do ano. Foi muito gratificante poder falar da minha vida como mulher negra, jornalista e  periférica, explicar os desafios, lutas e conquistas”, afirma Kátia.

Mural nas Escolas é um projeto de palestras e oficinas gratuitas com turmas de ensino médio de escolas públicas da região metropolitana de São Paulo.

Na frente Kátia Flora e Karol Coelho, com estudantes da E.E. Jacob Salvador Zveibil

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