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Com grupo no zap, ações e caminhadas, mães de Itapevi criam rede apoio para falar sobre autismo

Iniciativas oferecem suporte emocional e jurídico para pais e mães atípicos, projetos sociais e passeata de conscientização na cidade

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Arquivo pessoal

Por: Carol Lima

Notícia

Publicado em 05.04.2024 | 16:16 | Alterado em 05.04.2024 | 16:16

Tempo de leitura: 3 min(s)

Mãe e professora de educação infantil, Sandra Gonçalves, 43, de Itapevi, na Grande São Paulo, transformou o momento desafiador do diagnóstico de autismo da filha, em 2007, em um projeto para apoiar outros pais e mães atípicos, como são conhecidos os cuidadores de crianças ou adultos com necessidades especiais, sendo uma delas o transtorno do espectro autista.

“A gente acolhe as mães e pais justamente para eles não se sentirem só, como eu me sentia. Naquela época, quase não se falava sobre autismo como hoje, então a gente acolhe, abraça, ajuda, esse é o foco do grupo”, comenta Sandra.

A educadora criou um grupo no Facebook para acolher esses pais e falar sobre o assunto. O projeto cresceu e se expandiu para outras redes sociais. Atualmente, conta com mais de 300 membros, incluindo mães, pais, avós e outros familiares de crianças atípicas das cidades de Itapevi e Jandira, na Grande São Paulo.

O suporte ocorre por meio do WhatsApp, Instagram e Facebook, e para o ingresso dos responsáveis é necessário a apresentação do laudo médico da criança ou adolescente com autismo.

Palestra de conscientização sobre o autismo administrada em escola pública de Itapevi @Divulgação/Mães e Pais Azuis

Além do suporte on-line, o grupo também realiza palestras em escolas públicas, privadas e instituições com o projeto “Mães e Pais Azuis” em que compartilham experiências e conhecimentos sobre o universo da maternidade e paternidade atípica.

O projeto também oferece apoio jurídico e orientação sobre os direitos das pessoas com autismo, proporcionados por uma parceria com uma advogada. Além disso, a rede lançou o “Empreendedorismo Azul”, uma iniciativa com o objetivo de capacitar mães e pais atípicos a empreenderem e contribuírem para a renda familiar, que inclui cursos profissionalizantes gratuitos, como manicure e cabeleireiro, entre outros, oferecidos na ONG Ser Amor em Itapevi.

“O empreendedorismo azul me ajudou muito a montar minha microempresa. Hoje, consigo cuidar dos meus filhos financeiramente sem sair de casa, e isso é algo muito importante para mim”, relata Gabrielle Brito, 31, coordenadora e pedagoga, mãe atípica da Isabelly, 12.

Gabrielle é uma das cinco administradoras responsáveis pelas redes sociais do grupo. Com apoio do projeto empreendedorismo Azul, ela criou sua própria empresa de design para compor a sua renda e conciliar os cuidados com a filha, que possui dificuldades de locomoção.

Gabrielle Brito e sua filha Isabelly Brito @Arquivo pessoal

Outra iniciativa do grupo é a organização da caminhada anual em prol da conscientização sobre o autismo. Neste ano, o evento ocorrerá neste sábado (6), no centro de Itapevi. Esta será a sexta caminhada, e a expectativa é de que cerca de 500 pessoas participem, sendo a primeira vez que o ato ocorrerá em um sábado, em contrapartida aos domingos nas edições anteriores.

“É necessário lutarmos pelos nossos direitos, ajudar as mães e pais atípicos da nossa comunidade Alto da Colina, Cohab e Areião em Itapevi e região ganharem voz”, afirma Gabrielle.

O trajeto da caminhada começará em frente à loja Caedu no centro de Itapevi, com concentração às 8h30 e início às 9h, percorrendo os principais comércios da cidade em direção à rotatória da Cohab.

O percurso terá duração aproximada de uma hora, com apoio logístico para pessoas com mobilidade reduzida e suporte de estrutura fornecido pelo Demutran e Samu.

Caminhada organizada pela rede no centro de Itapevi em 2023 @Arquivo pessoal

Para a pedagoga Aline Regina de Castro, 31, uma das administradoras do Mães e Pais Azuis, o ato além de conscientizar a população da cidade, pode aproximar novos pais e mães que precisam de suporte.

“A caminhada dá empoderamento a essa mãe que sai com seu filho que é visto pela sociedade como inadequado. Ela sai junto com a gente, ela tem coragem e orgulho de mostrar quem ele é. A caminhada também consegue trazer novas mães para o grupo que estejam precisando de apoio”.

Para participar do acolhimento oferecido pelo grupo Mães e Pais Azuis, basta seguir o perfil no Instagram @maesepaisazuis.itapevi

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Carol Lima

Jornalista e digital influencer, amo contar histórias. Mãe de dois meninos, atualmente produzo conteúdo sobre maternidade e lifestyle nas redes sociais

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