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'Mc Marcinho abriu portas': artistas das periferias falam sobre legado do príncipe do funk

Criador de músicas que embalaram os anos 1990, cantor morreu no último sábado (26)

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Monica Imbuzeiro

Por: Estela Aguiar

Notícia

Publicado em 30.08.2023 | 11:44 | Alterado em 06.09.2023 | 13:12

Tempo de leitura: 2 min(s)

Em várias festas de família nas quebradas, todo mundo embrazava ao som de “Glamurosa”, “Rap do Solitário” ou “Tudo é Festa” do eterno príncipe do funk. Márcio André Nepomuceno Garcia, o MC Marcinho, faleceu no último sábado (26), aos 45 anos, em decorrência da falência múltipla dos órgãos.

O cantor estava internado desde 10 de julho, após sofrer uma parada cardíaca. A equipe médica utilizou procedimentos como a implantação de um coração artificial, mas ele não resistiu.

Carioca, ele foi um dos principais precursores do funk melody na década de 1990, subgênero do ritmo com letras românticas e beat mais lento. O falecimento de formaprecoce abalou funkeiros por todo país, inclusive da nova geração.

“Pra mim, o que fica de importante é ele ter aberto as portas com muita luta para que os artistas jovens de hoje estivessem em melhores condições de trabalho, cachê e reconhecimento”, diz a cantora MC Soffia, 19, que mesmo estando mais inclinada ao rap, ela tem como uma das suas influências o funk.

Cria do Jardim João XXIII, na zona oeste de São Paulo, ela vê uma desvalorização da indústria com artistas que iniciaram todo o movimento do funk. “Não valorizam tanto os artistas old school, o que é uma pena”, comenta.

MC Soffia lamenta que artistas que abriram portas não são tão reconhecidos @Divulgação

Do funk Consciente, Larissa Manoel, Mc Lalao do TdS, 27, recorda que as músicas de Mc Marcinho fizeram parte da infância dela, com a galera metendo o passinho e se divertindo. “Lembro das minhas tias dançando, todo mundo alegre, cantando o Rap do Solitário”, relembra.

A funkeira também comenta o que a morte de Mc Marcinho, mas também Mc Kátia que morreu no último dia 13 de agosto após complicações de um mioma refletem a falta de acesso à cuidados preventivos com a saúde.

“Recentemente perdemos a Mc Kátia, mó fita por questão de saúde. Fico pensando o quanto essa noção de cuidar da saúde, de fazer exames preventivos passa batido e não faz só quando está greve”, reflete.

Favela
Orgulho e lazer, estamos à vontade
Nós somos favela
Orgulho e lazer, estamos à vontade
Somos mais você

Letra de Favela, música de Mc Marcinho

De outra geração do funk, Valesca Popozuda, que fez sucesso no início dos anos 2000, comentou nas redes sociais sobre a morte do Mc Marcinho. “O príncipe do funk precisou descansar, tanta gente que fez história no funk partindo, que o legado do Mc Marcinho seja eterno, ele descansou porque lutou muito, meus pêsames a sua família, amigos e fãs!! Esse fez história.”

Na tarde de sábado, a ministra Anielle Franco também usou as redes sociais para falar sobre o legado do Mc Marcinho não só para o funk, mas para a música brasileira como um todo.

“Me lembro como se fosse ontem quando eu e Marielle saíamos, ainda adolescentes, para dançar ao som do Príncipe do Funk, na Maré. Hoje, recebo com muita tristeza a notícia do falecimento de Mc Marcinho. O legado de Marcinho continua vivo e sua música ecoa em todo o Brasil”, publicou.

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Estela Aguiar

Jornalista. É fiel à crença de que da ponte pra cá, o jornalismo é revolucionário. Apaixonada por carnaval, filmes e séries. Correspondente do Jardim João XXIII desde 2019

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