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Na Sé, os problemas com o Minhocão vão além da estrutura viária

O projeto, que favorece principalmente o automóvel, é considerado uma obra imposta à sociedade

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Por: Redação

Publicado em 18.04.2017 | 14:00 | Alterado em 18.04.2017 | 14:00

Tempo de leitura: 2 min(s)

Criado em 1970 por Paulo Maluf, o Elevado Costa e Silva, mais conhecido como Minhocão, foi citado diversas vezes como um problema na região da Sé. O projeto, que favorece principalmente o automóvel, é considerado uma obra imposta à sociedade. O cheiro forte de urina, os constantes assaltos, os malefícios à saúde, as pessoas em situação de rua, foram questões expostas durante a audiência pública do Plano de Metas, que aconteceu no dia 8 de abril. Elas foram apontadas pelos que defendem a demolição da via e a arborização do espaço. Do outro lado, houve quem reivindicasse a sua revitalização.

As propostas se polarizaram não pelos que são a favor ou contra a revitalização da via, que corta a região central de São Paulo, mas pelos que pleiteiam direitos básicos. Anderson Miranda, 41, que foi morador de rua por 28 anos e hoje preside a associação A Luta da Rua, disse que nessa época, quando procurava por equipamentos públicos, sempre foi tratado com truculência. Para ele, o Plano de Metas foi desenvolvido sem ouvir a população.

Leia as reportagens do Especial Plano de Metas 2017-2020

“Antes de você colocar um plano no papel, você tem que ouvir. Essa população não foi escutada, como a comunidade periférica também não foi ouvida. Essa gestão vem com projeto montado, ela escutou ela mesma. Eles não foram lá na base, não foram na comunidade, não foram nos equipamentos. A política não pode ser construída de cima para baixo. Além de não ter sido ouvida, a população de rua é criticada, é criminalizada. Quantos banheiros públicos nós temos na área central para essa população? Onde elas podem tomar banho? No chafariz?”, questionou Miranda.

Fernanda Silva, 34, integrante do Conselho Tutelar da Sé, não vê a questão do Minhocão como prioridade. Para ela, essa polarização mostra individualismo. Fernanda relatou ainda que os conselhos estão abandonados e que a situação de negligência com a criança e o adolescente é reflexo de um governo omisso.

Dentre as metas que já estão no Plano, uma foi bastante questionada e diz respeito à redução de 100 mil tonelada dos rejeitos enviados a aterros municipais no ano de 2020, em relação à média 2013-2016. Sérgio da Silva Bispo, 60, catador de materiais reciclados e sócio da Cooperativa dos Catadores da Baixada do Glicério, constatou que a meta é baixa em relação à quantidade de lixo produzida na cidade. Ele ainda ressaltou que a prefeitura gasta muito dinheiro com aterros, porém se fossem criadas cooperativas, além de economizar, postos de trabalho seriam gerados.

Mudança repentina

A audiência do Plano de Metas na Sé começou com um contratempo. Marcada para acontecer no prédio da Companhia Brasileira de Investimento, o endereço acabou sendo alterado para sede da prefeitura regional, prejudicando quem chegou no horário e teve que se deslocar.

“Este não é o momento para debates, mas um momento para escutar”, disse Eduardo Odloak, prefeito regional da Sé, que salientou a importância da objetividade no momento da fala de quem havia se incrito, o que foi recebido com desagrado, pois a data das audiências só foi divulgada uma semana antes, segundo os participantes, o que gerou um prazo muito curto para articulações.

Você ainda pode enviar sugestões ao Plano de Metas. Veja aqui como.

Foto: Fabiana Lima

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