APOIE A AGÊNCIA MURAL

Colabore com o nosso jornalismo independente feito pelas e para as periferias.

OU

MANDE UM PIX qrcode

Escaneie o qr code ou use a Chave pix:

[email protected]

Agência de Jornalismo das periferias

Agência Mural

Por: Redação

Notícia

Publicado em 12.12.2023 | 15:58 | Alterado em 12.12.2023 | 15:58

Tempo de leitura: 2 min(s)

O novo documento de identificação dos cidadãos brasileiros, a Carteira de Identidade Nacional (CIN), deverá ser emitido por todos os estados da federação a partir de 11 de janeiro. A mudança, no entanto, bateu de frente com reivindicações históricas do movimento LGBTQIA+ e levou a questão à Justiça.

Isso porque o governo Lula (PT) recuou de um acordo firmado com o Ministério dos Direitos Humanos e entidades do movimento LGBT e manteve os campos “nome social” e “sexo” no documento, seguindo diretrizes propostas pelo governo Jair Bolsonaro (PL).

Por que o nome social é tão importante?

O nome social é o nome que pessoas trans e não binárias adotam. Ele permite que as pessoas transgêneras sejam reconhecidas pela sua verdadeira identidade, tornando o tratamento mais respeitoso e valorizando a identidade e a subjetividade de cada um.

A decisão foi classificada como um ato de transfobia pela comunidade LGBT. Esta semana, a Deputada Federal Erika Hilton (PSOL-SP) enviou documento ao Ministério Público Federal pedindo a exclusão do campo “sexo” e a unificação dos campos “nome” e “nome social” como um critério de respeitar a população trans e as pessoas não-binárias.

“Compreendemos que o termo ‘sexo’, além de estar absolutamente desconectado com a maneira como deve ser feito o tratamento de identidades de gênero da população, não tem qualquer utilidade prática que justifique a sua presença”, pontia Érika no ofício.

Três pontos para entender a polêmica

1

Em fevereiro de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), anunciou o novo modelo de RG. Dentre as mudanças, seriam incluídos o “nome social” e o campo “sexo.”

2

Em maio de 2023, já na gestão Lula, o Ministério de Gestão e Inovação de Serviços Públicos anunciou que os campos seriam retirados da identidade a pedido do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. A medida foi tomada para garantir respeito e cidadania aos grupos LGBTQIAP+.

3

No início de dezembro deste ano, o governo recuou na decisão e decidiu manter os campos “nome social” e “sexo”.

A notícia causou indignação em organizações que defendem os direitos da população trans, como o Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), que afirmou que a manutenção destes campos no documento abre brechas para violação de direitos humanos e que o debate deveria ser pela retificação efetiva do documento.

Ao todo, 65% das pessoas trans não conseguiram corrigir seus nomes no documento pelo custo elevado da segunda via, pelo excesso de burocracia e pela transfobia institucional nos cartórios, segundo dados da Antra, de 2022.

        O governo federal defende que no campo “sexo” do novo RG é preciso constrar o sexo ao nascer, designado na Certidão de Nascimento. A justificativa para a manutenção deste campo é a padronização internacional. Nos autos, o governo aponta que a utilização do nome de registro precedendo o nome social é apenas uma casualidade e não uma ação transfóbica que caracterize violação de um direito fundamental.

        Com informações da Carta Capital, G1, Infomoney e Folha de S. Paulo.

        receba o melhor da mural no seu e-mail

        Redação

        A Agência Mural de Jornalismo das Periferias tem como missão minimizar as lacunas de informação e contribuir para a desconstrução de estereótipos sobre as periferias da Grande São Paulo.

        Republique

        A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.

        Se você quer saber como republicar nosso conteúdo, seja ele texto, foto, arte, vídeo, áudio, no seu meio, escreva pra gente.

        Envie uma mensagem para [email protected]

        Reportar erro

        Quer informar a nossa redação sobre algum erro nesta matéria? Preencha o formulário abaixo.

        PUBLICIDADE