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Moradores do Glicério organizam coletivo cultural

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Por Carina Barros | 11.02.2016

Publicado em 11.02.2016 | 14:21 | Alterado em 07.06.2018 | 17:51

Tempo de leitura: 3 min(s)
Festival MCI em setembro de 2015 — Foto: Alex Sandro Duarte

Em setembro do ano passado, moradores da Baixada do Glicério, na região central de São Paulo, se uniram para realizar um festival, formado por vários grupos artísticos do bairro. Após o projeto, eles decidiram manter a articulação e formar o coletivo Glicério pela Vida, mesmo nome do primeiro evento, com a ideia de articular ações culturais no distrito.

Desde então, eles realizaram uma Viradinha Cultural em outubro e também participaram das comemorações do 462º aniversário de São Paulo, com vários artistas.

“O objetivo é trazer ações para perto das pessoas que moram ou frequentam a Baixada e bairros vizinhos e impulsionar a cultura independente e a sua relação com a comunidade”, afirma o rapper Di Função, 35. “O desafio está em resgatar a confiança e aproximar as crianças e os jovens da comunidade”, completa Rudy Alves Travellini, 33, rapper do Glicério e membro do coletivo.

Semana do Patrimônio com BatuQ do Glicério, Carica e Escola de Samba Lavapés — Foto: Alex Sandro Duarte

O Glicério pela Vida, ainda em 2015, apoiou as ocupações da escola estadual Firmino de Proença, na Mooca Baixa, e da escola estadual São Paulo, no Parque Dom Pedro, participando de bate-papos e ações culturais nos espaços.

O educador Diego Moreira, 30, também integrante do coletivo, diz acreditar na mobilização dos moradores. “Nós podemos pressionar os poderes para lidarem de forma horizontal com quem está nas pontas das ações sociais nos bairros”, aponta.

Di Função coordena o projeto “São Bento Kids” que esteve na Viradinha, uma versão infantil do que foi o Hip Hop na estação São Bento do Metrô nos anos 1990. “O Hip Hop atua em todos os campos. É amplo, dinâmico e plural. Consegue fazer com que todos se apropriem da cidade”, aponta o rapper.

Neste ano, o coletivo pretende se instalar em uma sede, ainda em definição, e criar um Centro Cultural debaixo do Viaduto do Glicério. A Baixada também fará parte da programação do mês do Hip Hop previsto para ocorrer em março.

1ª Viradinha Cultural na Baixada do Glicério — Foto: Alex Sandro Duarte

Outro participante é o palhaço Alex Sandro Duarte, 32. Ele comenta que a arte possibilita relações humanas mais intensas. “O palhaço mostra que existem espaços de brincadeiras. Deixamos muitas vezes de reinventar os lugares. O palhaço traz um respiro necessário, que revigora”, aponta Duarte.

O coletivo organizou durante a Jornada do Patrimônio, realizada na cidade de São Paulo em novembro de 2015, uma roda de samba com a Lavapés, uma das escolas mais antigas de São Paulo, e o Batuq do Glicério, bloco carnavalesco que busca resgatar a cultura dos carnavais de rua.

Uma das referências do Glicério Pela Vida é Eva Alves, conhecida por Tia Eva, 61, que desde os anos 1980 atua com esporte para as crianças. Tem em sua formação Vinícius Almeida, 26, membro da APNs do Brasil (Agentes de Pastorais Negras do Brasil), agitador cultural da Ocupação Preta e o bloco carnavalesco Batuq do Glicério, conduzido por Alex Souza, 38, também morador da Baixada.

O grupo mantém ainda uma parceria com a organização Criacidade por meio do Projeto Criança Fala — Escuta Glicério que acompanha as crianças das pensões e ajuda a fortalecer o diálogo junto aos órgãos públicos. Será elaborado um curso de liderança para moradores do bairro e intervenções urbanas, tais como pintura das fachadas, ruas e calçadas com brincadeiras e instalação de mobiliários lúdicos.

Carina Barros é correspondente da Baixada do Glicério
[email protected]

 

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