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Museu do Ipiranga será reaberto para visitação em 2022

Fechado em 2013 em função de perigo de desabamento, o equipamento é considerado o mais antigo dentre os 145 museus existentes na capital paulista

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Por: Redação

Publicado em 08.05.2019 | 18:25 | Alterado em 08.05.2019 | 18:25

Tempo de leitura: 4 min(s)
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O Museu do Ipiranga é o mais antigo da cidade de São Paulo (Reprodução)

“Possibilitar que as pessoas voltem a se informar sobre o recorte histórico associado a Independência e eventos contemporâneos, de forma mais prática e com mais fácil associação dos fatos, a partir da experiência.”

A afirmação acima é de Samanta Souza Roberto, 25, gestora ambiental e moradora da Chácara Santana, em São Paulo, ao ser questionada sobre a importância da reconstrução do Museu do Ipiranga.

Inaugurado em 7 de setembro de 1895, como um marco representativo da Independência, da História do Brasil e Paulista, e fechado em 2013 em função de perigo de desabamento, o Museu do Ipiranga, na zona sul da capital paulista, irá abrir as portas para visitação no ano do Bicentenário da Independência, em 2022.

Localizado no distrito do Ipiranga, o museu é considerado o mais antigo dentre os 145 museus existentes na capital paulista. A região abriga outras duas unidades administrativas — Cursino e Sacomã.

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Segundo dados do Mapa da Desigualdade, da Rede Nossa São Paulo, apesar de próximos, existe uma discrepância no total de museus em cada um dos distritos. No Ipiranga, são sete equipamentos. Em Cursino, um; e no Sacomã, nenhum.

Já a pesquisa “Viver em São Paulo: Cultura”, lançada no mês de abril pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope, mostra que, das 11 atividades mais visitadas pelos paulistanos nos últimos 12 meses, os museus ocupam a sétima colocação, com 19%.

POR DENTRO DO MUSEU DO IPIRANGA

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Ala central que corta o jardim do Museu do Ipiranga (Reprodução)

Um levantamento quantitativo do número de visitantes do Museu do Ipiranga, realizado pela USP (Universidade de São Paulo), mostra que desde a época de sua inauguração, até o final de 2012, passadas 12 décadas, foram registrados o total de quase 28 mil visitantes.

O número de frequentadores estimados para além da inauguração é de 500 mil ao ano, porém com foco no atendimento educativo.

Para a publicitária Jaqueline Pereira, 27, o Museu do Ipiranga é um símbolo da Independência do Brasil e, por isso, assegura que a reconstrução do prédio é importante para a população.

“Nosso país é jovem e a nossa independência é algo muito recente, e ao mesmo tempo ‘esquecida’. O Brasil precisa de mais patrocinadores para incentivar a cultura, levando as pessoas aos museus e exposições”, reforça.

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Ao longo de 2018, a USP investiu no planejamento estratégico para a captação de recursos para as obras, com a chancela da Lei Rouanet (art.18), que permite que empresas e cidadãos possam destinar parte de seu imposto de renda devido para o apoio a projetos culturais.

Em nota, a universidade afirma que já recebeu patrocínios diretos e por meio da Lei Rouanet, como do Santander, da Petrobrás e do IRB Brasil.

O projeto da obra tem número Pronac (Programa Nacional de Apoio à Cultura) e autorização para captar, nessa primeira etapa, R$ 50,9 milhões.

Em janeiro de 2019, a EDP Brasil, empresa portuguesa do setor elétrico, foi a primeira companhia a aderir a reconstrução como patrocinador master, aportando R$ 12 milhões até 2022.

Solange Ferraz de Lima, diretora do Museu, explica que o apoio financeiro de setores da sociedade representa a preocupação com o patrimônio nacional e a importância simbólica do museu e deste lugar de memória para os brasileiros.

“O Museu do Ipiranga é parte da identidade do brasileiro. Todos aqueles que se dispuserem a apoiar financeiramente este projeto estará contribuindo para a continuidade uma instituição que preserva e difunde amplamente a história do país e dos brasileiros.”

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Nova área para exposições integrada ao auditório (Reprodução/HF.Arq)

Com a reconstrução, a expectativa é torná-lo acessível, restaurado e modernizado para as futuras gerações, a partir de um marco histórico: o bicentenário da Independência.

“Os museus contam a nossa história, explicam nossas raízes, falam de nossos ancestrais e nos facilitam a compreensão da sociedade contemporânea. Poderiam ser mais aproveitados se não fossem vistos como uma coleção de velharias, mas como pedaços de nossa história”, comenta Paulo du’Santus, 36, visitante do museu e morador do bairro do Ipiranga.

HISTÓRIA E ACERVOS

Inaugurado em 7 de setembro de 1895 como museu de História Natural e marco representativo da Independência, da História do Brasil e Paulista. Seu primeiro núcleo de acervo foi a coleção do Coronel Joaquim Sertório, que constituía um museu particular em São Paulo.

No período do Centenário da Independência, em 1922, foi reforçado o caráter histórico da instituição. Os novos acervos, tinham como destaque a História de São Paulo.

Ao longo do tempo, houve uma série de transferências de acervos para diferentes instituições. A última delas foi em 1989, para o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.

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A partir daí, o Museu Paulista vem ampliando substancialmente seus acervos referentes ao período de 1850 a 1950, em São Paulo.

Atualmente, o Museu Paulista possui um acervo de mais de 450 mil unidades, entre objetos, iconografia e documentação textual, do século 17 até meados do século 20, significativo para a compreensão da sociedade brasileira.

SERVIÇO

O Museu do Ipiranga, está fechado para visitas em função das obras de restauro e modernização, mas o Parque da Independência segue em funcionamento, diariamente das 5h às 20h.

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